19 janeiro 2007

E AINDA MAIS ABORTO...


Após ter debatido o assunto com o meu colega do http://zevelino.blogspot.com/ e após os seus sucessivos argumentos para o não, vou fazer mais uma declaração sobre o assunto desejando ser a última sobre o tema.

Existe um grave erro em toda a campanha sobre o aborto que é dizer sim ou não em função da causa do aborto. Se, tal como está na lei actual, há risco para a mulher ou há malformações graves no feto toda a gente diz sim. Se a razão do aborto é apenas porque ‘não dá jeito e coiso e tal’ ou ‘ah pois esqueci-me da pílula’ a maioria num acto de falso moralismo diz não. E depois existem aquelas pérolas de raciocínio tipo a afirmação de Mário Soares: “Digo Sim à despenalização do aborto mas digo não ao aborto” Isto é ridículo! A questão do aborto é uma questão de MORAL, não é uma questão de maior ou menor conveniência para certas mães mais ou menos responsáveis (assunto que nem deve ser discutido).
Portanto como a lei nunca deve proibir algo que é moralmente correcto, se eu acho que o aborto é correcto digo sim ao aborto e sim à despenalização como é óbvio.
Se pelo contrário, e também existem razões para isso, há pessoas que consideram o aborto imoral então essas pessoas devem votar não ao aborto e não á despenalização. Pois se o aborto é imoral então também deve ser ilegal e como quem infringe uma lei deve ser punido por isso então é simplesmente ridículo ser a favor da despenalização e contra o aborto.

Posto isto falta discutir em que condições é moralmente aceitável fazer o aborto e a principal necessidade é provar cientificamente até que estágio de desenvolvimento o feto não tem interacção com o exterior e qualquer tipo de actividade cerebral. E aqui o meu colega zevelino, a acreditar nos números, afirma que ás 6 semanas o cérebro já começa a funcionar. E isto sim, admito que é o melhor argumento que existe para ser contra o aborto. Eu pessoalmente mesmo assim voto sim pois prefiro um sim até ás 10 semanas do que um resignado e dogmático não. Assim e concluindo, provando que o feto não tem actividade cerebral até ás x semanas, o aborto neste período torna-se moralmente correcto pois nós só prejudicamos alguém quando alguém se sente prejudicado. Se o feto não tem actividade então para todos os efeitos ele é tão desenvolvido como uma bactéria ou um vírus portanto não faz sentido falar em algo imoral se não existe um dano causado a alguém devido á prática do aborto. E se é moral deve ser legal em qualquer circunstância!!! Não faz sentido tentar fazer juízos de valor sobre a conduta social/sexual da grávida. Se o aborto é moral, então tanto é moral se o motivo for económico, como também é moral caso a grávida não souber qual dos seus 20 ou 30 amigos coloridos é o pai ou se nem se lembra com quem deu uma queca na noite passada. Isto é a vida privada de cada um e não interessa questionar isto quando se trata de legalizar ou não o aborto. Ponto final no assunto (espero eu).

1 comentário:

Zevelino disse...

Primeiro queria agradecer pelo teu comentário sobre o meu blog. Acho que de facto não pode haver um dogmático não ou sim. A realidade não é um mundo monocromático em que só existe preto e branco, o que aparantemente é bom pode ser mau e vice-versa. Assim acho útil, sim mesmo essencial discutir temas de uma forma racional e sensata onde há respeito pela opinião dos outros.
Numa tentativa de informar, não convencer publiquei mais uns artigos, são chocantes, eu sei, reflecti se devia publicar ou não, mas como são factos técnicos entendo que deviam ser publicados.
PS: Parabéns pelo novo Layout, está bem melhor.