25 janeiro 2007

LIBERDADE E RESPONSABILIDADE


Os inimigos da liberdade nem sempre estão no exterior; são os próprios indivíduos que têm medo à liberdade. O cidadão assusta-se com a sua liberdade porque a liberdade implica responsabilidade.

Os irresponsáveis são inimigos da liberdade, tenham ou não consciência disso. A liberdade é auto controlo: ou andamos com um policia, um médico, um psicólogo ou um padre ao nosso lado para eles nos dizerem o que temos que fazer em cada caso ou assumimos as nossas decisões, sendo capazes de dar a cara pelas consequências delas, para o bem como para o mal. Sermos livres implica que nos podemos enganar e até que nos podemos prejudicar ao usar a nossa liberdade: se nunca nos pudesse acontecer nada de mau não seríamos livres. Se somos adultos podemos organizar-nos como iguais perante a lei e ser livres, caso contrário precisamos de um super-paizinho que nos defenda de nós próprios. Para uns esse super-paizinho é deus e para outros é o estado. Todos os irresponsáveis em vez de acreditarem na liberdade, acreditam no mito da tentação irresistível. Acreditam que há certas imagens, palavras, conspirações que nos seduzem de modo automático que frente a elas não há defesa que se aguente… é como diz o outro: ‘um homem não é de pau’. Assim a única solução é aparecer o paizinho para proibir a tentação… são espíritos infantis os que assim pensam.

Vamos lá a ver: quanto mais proibida e perseguida é uma tentação, mais tentadora se torna pois na maior parte das vezes antes de nos indicarem o fruto proibido nem damos por que ele nos apeteça. E, em segundo lugar, cada um de nós tem as suas próprias tentações segundo as suas fantasias particulares e cada um tenderá a querer proibir a todos o que lhe causa problemas ou lhe faz suores. Por exemplo, uma pessoa viciada em máquinas de jogos, tipo aquelas dos cafés, tenderá a desejar que essas máquinas sejam proibidas pois em vez de assumir a sua responsabilidade como viciada, afirma que afinal a culpa é das máquinas existirem.
 

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