OBJECTIVO DA VIDA - O AMOR E A MORAL
Qual é o grande objectivo da vida, sem querer simplificar demasiado a questão? A vida por si só não tem um objectivo definido… nós é que temos que dar significado á nossa vida. Olhando para a sociedade actual o objectivo será trabalhar como uns camelos para ter mais status (dinheiro) que o vizinho do lado? Será o objectivo inserirmo-nos num grupo de opinião que defenda os nossos interesses e discriminarmos as pessoas que pertencem aos restantes grupos? Resumir-se-á a vida a uma luta desnecessária de recursos sabendo que, se de facto formos mais inteligentes, haverá recursos para toda a gente? Sejam estes recursos a liberdade, direitos, deveres, ou algo mais objectivo como água potável, condições mínimas de dignidade e respeito pelos direitos humanos em todo o mundo. Do mais simples ao mais complexo, os problemas da nossa sociedade devem-se em grande parte á falta de respeito para com as minorias, para com o ambiente e para com os outros em geral.
O amor – o que é isso? Porque é que nos sentimos sozinhos no mundo embora tão rodeados de gente conhecida e amigos? Ouve-se muitas vezes dizer que devemos amar os outros tanto como a nos próprios – será isto possível? Não é assim tão linear. Da minha perspectiva, a minha vida é a coisa mais importante que existe… mas será isto agradável? Se eu tiver consciência que outra pessoa qualquer por sua vez considera a sua própria vida de mais elevada importância do que a vida dos outros então eu sou importante apenas para mim próprio – não é apenas uma questão de egoísmo… até aqui este raciocínio é lógico e penso que é o mais realista que se pode arranjar.
Esta hierarquia não valida qualquer tipo de descriminação ou desvalorização dos outros… é apenas a lógica… se eu não viver então para mim mais nada interessa… mas se outra pessoa morrer, o mundo para mim continua.
Visto isto, torna-se necessário que a minha vida seja importante não só para mim mas para mais alguém, nunca para todos que isso já é pedir demais. Amar alguém é considerar que a vida de alguém (quase que) pode valer tanto como a nossa… o bem-estar dessa pessoa vale tanto como o nosso bem estar; não é ser altruísta – continuo a ser egoísta – mas consciente que se perder aquela pessoa darei um passo atrás na minha vida, e se nada fizer depois de então, não conseguirei alcançar o grande objectivo da vida. Eu tenho que ter valor objectivo, não apenas para mim próprio, pois quando eu morrer a quota parte da minha auto-valorização vai-se e só fica o valor que eu tive para os outros… pois se não tivermos valor para os outros então para quê viver em sociedade?
O amor então é algo cumulativo que, caso haja benefício continuado, aumenta com o passar do tempo… a amor não cai do céu… surge devagar… não devemos ter presa.
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